Hoje analisaremos a música "Quando eu morri" do cantor e compositor baiano Marcelo Nova, música essa que foi lançada no disco A Panela do Diabo, de 1988, juntamente com Raul Seixas. Grande fã de Raul, Marcelo nunca escondeu que ele era um dos seus maiores ídolos e fonte de inspiração desde os tempo da juventude, quando , em um show de Raulzito e Os Panteras, na cidade de Salvador, Marcelo se encantou pelo rock e percebeu que era possível trazer o ritmo de Chuck Berry e Little Richard pro Brasil.
A música em questão fala da vida (nesse caso a morte) de Marcelo com o LSD e outras drogas, e sua recuperação para voltar a viver.
Quando eu Morri
Quando eu morri
Em Dezembro
De mil novecentos e setenta e dois
Esperava ressuscitar e juntar os pedaços
Da minha cabeça
Morrer nessa música tem o significado de fazer o uso de drogas, ou seja, em 1972 ele ainda estava "morto" e buscava ressuscitar pois naquele ano ele se casou e no ano seguinte ocorreu o nascimento de sua filha, Penélope Nova. Aquele era um momento especial para Marcelo e ele buscava se afastar das drogas.
Um tempo depois um psiquiatra disse
Que eu forçasse a barra
E me esforçasse pra voltar à vida
E eu parei de tomar ácido lisérgico
E fiquei quieto lambendo minha própria ferida
Desesperado para largar as drogas, Marcelo procurou psiquiatras e médicos, mas depois ele decidiu que a iniciativa teria que vir dele mesmo e ele parou de usar drogas e se isolou um pouco enquanto tentava se curar. Nessa parte ele faz uma referência aos cachorros que tem uma substancia cicatrizante na saliva e por isso tem o hábito de lamber as feridas. Marcelo tentava regenerar-se pra poder voltar a vida.
Sem saber se era crime ou castigo
E se havia outro cordão no meu umbigo
Pra de novo arrebentar
Pois eu fui puxado à ferro
Arrancado do útero materno
E apanhei pra poder chorar
Quando eu morri suando frio
Vi Jimmy Hendrix tocando nuvens distorcidas
Eu nem consegui falar
E depois por um momento
O céu virou fragmento do inferno
Em que eu tive que entrar
Sem saber o que havia feito pra merecer tal sofrimento, um crime? Um castigo divino? Será que existe outra chance pra ele? Uma oportunidade? Mas ele conseguiu se livrar, de maneira violenta como é toda reabilitação, mas lá no fundo ele ainda queria voltar pra os braços do ácido lisérgico, e por um momento voltou, mas quando tudo aquilo cessou, toda a magia das alucinações acabou e o céu se tornou o inferno em que ele mesmo escolheu entrar
Eu sentia tanto medo, só queria dormir cedo
Pra noite passar depressa
E não poder me agarrar
Noites de garras de aço
Me cortavam em mil pedaços
E no outro dia eu tinha que me remendar
E se a vida pede a morte
Talvez seja muita sorte eu ainda estar aqui
E a cada beijo do desejo
Eu me entorpeço e me esqueço
De tudo que eu ainda não entendi
Cada vez que o desejo é mais forte, as noites mais atraentes e a vontade mais forte, "Eu me entorpeço e me esqueço, de tudo que ainda não entendi" e quando acordava tinha que se remendar e tentar se recuperar, pois sua sede retornava. Felizmente Marcelo se recuperou e durante muito tempo lutou pra Raul Seixas não cair na mesma desgraça, luta essa que foi em vão e findou com a morte de Raul e o fim de sua parceria de sucesso.
Meu caro, parabens pela dedicação, trabalho. Li hoje e gostei, discordei na parte do raul, ach que marcelo foi importante ao raul, se não evitou a morte precoce, pelo menos trouxe luz! Abraços
ResponderExcluirFALOU NADA COM NADA, ESSA MUSICA DESCREVE UMAS VIAGEM COM ACIDO, MORTE DO EGO, VISUAIS E ETC...
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